+++O Livro foi escrito quando o Nelson R Mandela estava preso. Foi publicado no mesmo ano de sua libertação-1990, e integralmente dedicado ao que viria a ser o Grande Líder Pacifista da África. No livro anterior da autora o primeiro poema também foi dedicado aos negros. A Autora filosofa e extrapola a beleza da lírica e do romantismo. O seu trabalho segue uma coerência na luta contra o racismo e preconceitos, como a sua Biografia.

Livro disponível no AgBook
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+++O Livro Solidão faz-me recordar uma noite linda, que em segundos transformou-se em uma longa solidão.
+++Era agosto de 1954, pelas 21 horas, deu-se o fato quando eu estava visitando o escritor Affonso Schmidt, hoje, de saudosa memória. Apagaram-se as luzes do bairro da freguesia do Ó e de quase toda a cidade de São Paulo.
+++Com a demora do retorno da eletricidade, fomos para a sacada, de onde se avistava ao longe imensa região urbana que nos parecida morta.
+++Era tempo de lua cheia, que por encanto, iluminava o firmamento opalino de deslumbrante beleza para nossos olhos. As estrelas cintilavam dando um aspecto de pérolas e diamantes faiscando para nossa meditação. Parecia um espelho cristalino nos permitindo admirar a linda natureza de Deus.
+++Vagamos pelo espaço infinito por mais de vinte minutos. Quando a luz foi restabelecida, Affonso Schmidt exclamou:
- Mensalmente, deveríamos ficar no escuro, para vermos as belezas da galáxia.
+++ Sim, não mais olhamos para as estrelas cintilantes, na Solidão do Mundo, na imensidão do Universo...
+++Quantos de nós olhamos para o céu durante o dia? Quantos acompanham a metamorfose das curiosas figuras quiméricas formadas pelas nuvens? Quantos olham para as estrelas no espaço sideral levando ou captando mensagens que correm pela Via Láctea?
+++ As gerações modernas já não gozam da eufrosine grega, a paz de espírito, advinda pela Uranoterapia- uranos em grego significa céu, firmamento- pela contemplação da Natureza que tanta saúde nos dá, renovando nossas forças físicas emocionais e intelectuais.
+++Precisamos meditar, também, na Solidão... O Bem não faz barulho, e o barulho não nos faz bem. Deus nos fala muito no murmúrio das águas em momentos calmos e silenciosos .+++
+++Cléo Reis, a festejada autora de-SOLIDÃO-, por certo soube bem escolher o título e a capa do presente trabalho que chega ao leitor. Quase todos os seus temas nos oferecem momentos de reflexão.
+++Seu primeiro trabalho- RITORNELO DO AMOR- poesias, encontra-se hoje esgotado, menos de um ano do surgimento, cuja renda foi doada a uma creche.
+++O presente trabalho, por certo, terá a mesma finalidade do anterior, tão bem aceito pela forma e conteúdo. “Vede a Estrela, evocai a Caridade”.
+++Publicar livro, hoje em dia, é gesto de heroísmo. Mas Cléo é batalhadora pelas causas da Cultura e da benemerência. Conseguiu unir o útil ao agradável, ocupada ainda sempre pelas tarefas de esposa, mãe, funcionária pública junto a Saúde.
+++O que programou fazer procurou fazer bem. De parabéns quantos se deram as mãos para que o presente trabalho fosse uma realidade.

Ribeirão Preto, 04 de maio de 1990.

José Pedro Miranda
Co-fundador e Secretário da ALARP-Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto
Cadeira Cultural no 3
Patrono -Plínio Travassos dos Santos.

+++Cléo, li, reli e trili, como diria o prof. Sebastião Fernandes Palma, e gostei muito de suas poesias. Alegro-me em poder ter tido a satisfação de ver trabalho bom, em poesias, tão raro hoje, em que se finge ser poeta, sem cadência, sem rima, sem idéias e sem alma.
+++ O saudoso Dr. Anísio da Motta Cortez dizia: -Fazer poesia é fácil. No começo você deve usar letra maiúscula..., no final você coloca rima, para ficar bonito... e você terá, certamente, poesia!
+++ Só isto? Não, falta alguma coisa; no meio você coloca talento.
+++ Foi o que você fez, Cléo.
+++ Continue colocando sempre talento nos seus versos. O talento é o fermento da poesia.

JOSÉ PEDRO MIRANDA